quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Saudade

Saudade

Ah, que saudade que eu sinto dos meus amigos. Eu sei que essa correria de trabalho, aula, família, filho nos faz abrir mãos dos amigos. Mas eles me entendem, eu sei disso.

A gente, sempre que pode, se encontra. Eu nem falo muito, apenas observo o que eles têm a dizer. O que lamento, e muito, é que nem sempre posso encontrá-los na Estácio.

Marcamos as conversas na biblioteca da Faculdade, é mais silencioso, já que não fazemos grandes barulhos. Lamento que meus brothers estão aparecendo cada vez menos, alguns nunca cheguei a encontrar ali. É uma pena que meus companheiros desde a infância não possam rever este nobre e pobre amigo. Alguns cheguei a crescer junto, mesmo eu sendo sempre o mais novo. Talvez alguns deles eu só possa encontrar no Rio de Janeiro, veja só. A saudade não mata, mas tortura e até emburrece.

Boa parte deles fui apresentado durante o meu período acadêmico, que ainda não terminou. Tem um que foi quase uma paixão, de forma amigável, sem sacanagem, platônica. Ele me ensinou muito sobre a vida e como enxergar situações na nossa profissão.

Walter Benjamin, Mário Quintana, Monteiro Lobato, Armando Nogueira (quase in memoriam), Chico Buarque, José Saramago, Millôr Fernandes, Ruy Castro, Rachel de Queiroz, Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), Nelson Rodrigues, Castro Alves, Érico Veríssimo, Roberto Drummond, Ariano Suassuna são alguns dos meus amigos, nem todos íntimos, que não encontro por aqui.

É triste, já que há um sentimento muito puro e verdadeiro entre nós. O Benjamin mesmo, uma pessoa fantástica, a frente do seu tempo, um grande conselheiro. Quem me apresentou ele foi uma professora esteticamente, e intelectualmente, bonita e um professor pra lá de mAssa.

E nas horas em que a conversa com eles é necessária? Como fazer? Muito procurei eles na literatura brasileira apenas para relaxar, ver o que eles tinham a dizer e eu queria ver, ler, ouvir, mas não deu. Até um ex-desafeto meu, que mais tarde nos tornaríamos bons amigos, encontro pouco na biblioteca, o seo Machado de Assis. Sabe tudo das palavras, confunde explicando, mas eu só encontrei ele duas vezes por aqui.

E se eu quiser saber como estava Budapeste em 1984?

Saudade de voces...

Jorge Jr.

3 comentários:

MMMarcelo disse...

Aê colegas do $áCANA! Eh-eh-eh
Vocês foram citados no blog MAMÃO DE CORDA, na postagem da terça-feira, dia 11 de novembro.
A índia Flora já deu o toque dela.
Confiram e queiram comentar!

Cleber Latrônico disse...

Caras, lá no meu blog te convoquei para uma brincadeira online.

Dá uma olhada e participa.


http://analiselatronico.blogspot.com/2009/02/mais-sobre-mim-volta.html

Carlos Alberto Alves disse...

Grande Pai! Como dizia nosso amigo, ele ia gostar de ler esse teu texto. Eu pessoalmente adorei muito bom, critico e sarcástico. Continue assim não deixe que a ideologia da RBS, GLOBO e outras do tipo tomem conta dessa mente livre.